AMOR E REVOLUÇÃO.
A NOVELA QUE CONTA A HISTÓRIA POLÍTICA DO BRASIL.
(Graziella Schmitt é Maria Paixão, uma jovem revolucionária em "Amor e Revolução")
Na cultura política e na historiografia de muitos países, os estudantes, consideradas suas entidades representativas, são tidos como agentes de primeira grandeza, sendo reconhecidas as suas marcas em momentos decisivos das lutas políticas e sociais e estando sempre associados a ideias avançadas como a democracia, a justiça social e a soberania nacional.
No Brasil isto acontece de maneira particularmente intensa e o livro O Poder Jovem, do jornalista Arthur Poerner, conta bem a história de como a UNE, há 74 anos, encarna este sentimento de ousadia e inconformismo da juventude e de como os estudantes, geração após geração, se entregaram convictos à luta por avanços em seu tempo.
A novela do SBT Amor e Revolução, de autoria de Tiago Santiago e dirigida por Reynaldo Boury, é outra grande fonte de informação e inspiração para que os estudantes de hoje conheçam os tortuosos caminhos percorridos pela sociedade brasileira e qual a real força dos jovens quando decidem participar ativamente da história. Talvez sua maior contribuição seja levar a atual juventude das Forças Armadas à reflexão sobre seu real compromisso com a pátria e com o povo brasileiro.
A referência ao passado, no entanto, serve para afirmar que a juventude é, a qualquer tempo, a voz que provoca e contagia o país a buscar melhorias para as condições de vida da população, superando desigualdades e fortalecendo a nação. Dentre os inúmeros exemplos atuais que fazem cair por terra o mito segundo o qual o jovem de hoje seria alienado e não se mobilizaria por transformações, o mais vigoroso é, sem dúvida, o Congresso da UNE.
Neste exato instante, enquanto o leitor corre os olhos por este artigo, centenas ou milhares de militantes do movimento estudantil, levantando bandeiras de diversos movimentos, emitindo diferentes opiniões políticas, orientados por inúmeras escolas de pensamento, organizados ou não por vários partidos políticos, fazem eclodir nas universidades um rico debate sobre o presente e o futuro do Brasil, numa flagrante demonstração de pluralismo e unidade característicos do movimento juvenil de nosso país.
Quando uma jovem ou um jovem, movido pelo entusiasmo e generosidade de quem constrói o congresso de uma entidade tão necessária ao Brasil – seja diretor(a) da UNE ou não – passa em uma sala de aula, fala em uma assembleia, aborda seus colegas no corredor, no boteco, na quadra, no ateliê, no laboratório, convidando-os a tomar parte na história, ela ou ele é a UNE viva, é o próprio movimento estudantil semeando nosso futuro.
Quem participa de uma eleição de Diretório Central dos Estudantes (DCE) como a realizada há alguns dias na Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, com cerca de 15 mil estudantes votando, percebe claramente o imenso potencial político a ser explorado pelo movimento estudantil e o grande serviço prestado ao país ao ajudar a forjar gerações de brasileiros acostumados com a democracia.
O grande desafio colocado para aqueles que lutam para transformar o país é ligar-se profundamente ao povo brasileiro, em especial, à enorme população jovem, vitaminada em relevância política e protagonismo pelos avanços democráticos e pelo bônus demográfico que faz com que sejam hoje mais de 50 milhões os brasileiros entre 15 e 29 anos.
O grande desafio colocado para aqueles que lutam para transformar o país é ligar-se profundamente ao povo brasileiro, em especial, à enorme população jovem, vitaminada em relevância política e protagonismo pelos avanços democráticos e pelo bônus demográfico que faz com que sejam hoje mais de 50 milhões os brasileiros entre 15 e 29 anos.
O estudante que sonha com um Brasil mais justo e desenvolvido deve assimilar a ideia de que o Congresso da UNE é um momento extremamente fecundo, farto de possibilidades para a ação coletiva dos estudantes que fortaleça a luta por uma verdadeira revolução na educação brasileira. Assimilar tal ideia é, assim, colocá-la em prática, mobilizando mais e mais estudantes para o 52º Congresso da UNE (Conune).
O Congresso da UNE é a nossa maior semeadura! É a grande oportunidade de transformar os sonhos em realidade, de aglutinar mais jovens, de agregar mais gente com sede de mudanças, de forjar novas lideranças populares! É a UNE na base consciente de suas forças e de seus desafios, colocando sua rede em constante movimento! É o amor pelo país e o brilho nos olhos dos que arregaçam as mangas e gastam a sola dos sapatos organizando a estudantada em milhares de cidades brasileiras!
O Congresso da UNE é a nossa maior semeadura! É a grande oportunidade de transformar os sonhos em realidade, de aglutinar mais jovens, de agregar mais gente com sede de mudanças, de forjar novas lideranças populares! É a UNE na base consciente de suas forças e de seus desafios, colocando sua rede em constante movimento! É o amor pelo país e o brilho nos olhos dos que arregaçam as mangas e gastam a sola dos sapatos organizando a estudantada em milhares de cidades brasileiras!
É a UNE do tamanho do Brasil e do fantástico potencial desabrochando na ação corajosa e vibrante da juventude que insiste cantar cada vez mais alto a manhã geral que nascerá da união de nossa gente!
Walcyr Carrasco, autor de novelas, comenta sobre a tentativa dos militares em tirar "AMOR & REVOLUÇÃO" do ar
publicado originalmente no Blog do Walcyr na VEJASP
Que mania temos de esconder tudo embaixo do tapete!
A novela “Amor e Revolução”, de Tiago Santiago (SBT), mal estreou e já causou apreensão entre os militares. O Judiciário não aceitou o questionamento da novela. Mas houve uma tentativa de tirar a novela do ar. Eu me pergunto: qual o problema? Já se sabe que houve tortura durante o governo militar. Temos uma presidente que foi, ela própria, vítima da tortura. Então, por que a oposição dos militares a uma novela que quer, simplesmente, retratar um momento da História?
Os governos militares e a guerrilha produziram obras de arte de alto nível em países próximos. O filme argentino “A História Oficial” ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. A chilena Isabel Allende escreveu livros de reconhecimento internacional, como “A Casa dos Espíritos” e “De Amor e de Sombras”. E nós? Basta alguém tocar no tema e lá vem uma minicrise. Mas como projetar o futuro sem avaliar o passado?
Eu conheço jovens que não tem a menor idéia do que foi a Ditadura Militar. Pessoas sem consciência do que foi o país é que votam num palhaço para parlamentar, como se isso fosse engraçado. Não sabem valorizar a Democracia, que, com todos os seus problemas, ainda é a Democracia.
E o mesmo acontece em relação ao preconceito. Quando a novela “Insensato Coração” estreou, ouvi muitas reclamações de que o ator Lázaro Ramos “não servia” para o papel de galã. Para mim é preconceito, nada mais. Lázaro Ramos é um dos melhores atores do Brasil. Por que um negro não pode ser galã? As pessoas disfarçavam. Mas estavam escondendo o preconceito.
No entanto, todo mundo diz que no Brasil não existe preconceito. Mas existe sim. O pior, que é disfarçado.
Deveria haver uma campanha: “Nada Embaixo do Tapete”.
Tenho certeza que estaríamos caminhando para um país melhor.
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